Presa desde janeiro de 2022, Mohammadi terá licença de 21 dias para se recuperar de uma operação nos ossos após piora em seu estado de saúde, segundo advogados. Ativista de 51 anos e mãe de gêmeas, ela liderou onda de protestos por direitos das mulheres e luta contra pena de morte no Irã. Quem é Narges Mohammadi, ganhadora do Nobel da Paz de 2023
O governo do Irã libertou da prisão a ativista Narges Mohammadi, vencedora do prêmio Nobel da Paz de 2023, segundo anunciaram seus advogados e parentes.
Mohammadi, uma das principais vozes da revolução feminina do Irã, estava presa desde janeiro de 2022. Ela terá uma licença da pena de 21 dias para se recuperar de uma operação nos ossos, segundo anunciou sua família e advogado, que se queixaram de que a licença foi autorizada muito tarde e deteriorou o estado de saúde da ativista.
Há semanas, sua família, advogado e organizações de direitos humanos vinham pedindo a licença. Em um comunicado, a fundação Narges Mohammadi criticou a demora e o período de liberdade concedido pela Justiça iraniana. Os dias de licença, segundo a decisão, não serão descontados da pena de mais de dez anos aplicada a Mohammadi — ela terá de cumprir 21 dias extras de pena.
"Semanas de dor excruciante na prisão, apesar da defesa incansável de organizações de direitos humanos e figuras internacionais, destacam o desrespeito persistente pelos direitos humanos básicos de Narges Mohammadi e o tratamento desumano que ela sofre — mesmo depois de receber o prêmio Nobel da Paz", diz o comunicado.
Há duas décadas, a ativista é uma das principais defensoras dos direitos das mulheres e da abolição da pena de morte no Irã, um dos países que mais utiliza esse método de punição no mundo.
Mohammadi já foi presa seis vezes, a primeira delas há 22 anos.
Desde janeiro de 2022, ela cumpre pena de 10 anos e 9 meses de prisão por espalhar propaganda contra o governo no presídio de Evin, em Teerã, conhecido por abrigar críticos do regime.
A ativista iraniana Narges Mohammadi, vencedora do Nobel da Paz 2023, em foto de arquivo
Reuters