Atraso no plantio e demanda em alta fortalecem preços do milho no Brasil

A sexta-feira (14) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 73,00 e R$ 80,68.
De acordo com o Analista de Inteligência de Mercado de Milho da StoneX, Raphael Bulascoschi, os olhos do mercado estão voltados para a safra da América do Sul, tanto para as perdas de produtividade consolidadas na Argentina diante do clima adverso, quanto para o atraso na safrinha do Brasil.
Até a última sexta-feira, 24% da área de segunda safra do país havia sido semeada, contra 33% da safrinha 2024 mesmo período, conforme dados da StoneX. Um atraso de 9 pontos percentuais que pode impactar em maiores riscos para o desenvolvimento do milho.
Outro ponto de suporte para as cotações no mercado nacional é a demanda que se mantém forte. O analista destaca que o país deverá consumir 2,5 milhões de toneladas a mais de milho em 2025, com o setor de proteínas se mantendo forte e o de etanol crescendo ano após ano.
O vencimento março/25 foi cotado à R$ 80,68 com valorização de 1,14%, o maio/2 valeu R$ 77,18 com alta de 0,56%, o julho/25 foi negociado por R$ 73,07 com ganho de 0,30% e o setembro/25 teve valor de R$ 73,00 com elevação de 0,27%.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também apresentou movimentações positivas neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas em São Gabriel do Oeste/MS. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Sorriso/MT e Cândido Mota/SP.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as primeiras posições dos preços internacionais do milho também finalizaram as atividades desta sexta-feira contabilizando elevações
Segundo Bulascoschi, o mercado internacional também monitora de perto o avanço e desenvolvimento da safra de milho na América do Sul, especialmente no Brasil, e deverá seguir com essa atenção daqui para frente.
A demanda de exportação do milho norte-americano também aparece no radar do mercado dando suporte aos preços do cereal na CBOT.
Por outro lado, o analista alerta que um cenário de preços mais positivos para o milho do que para a soja, pode levar o produtor dos EUA a aumentar área do cereal em detrimento da oleaginosa e ai trazer pressão às cotações.
O vencimento março/25 foi cotado à US$ 4,96 com valorização de 2,75 pontos, o maio/25 valia US$ 5,08 com alta de 2,75 pontos, o julho/25 foi negociado por US$ 5,11 com ganho de 2,25 pontos e o setembro/25 teve valor de US$ 4,75 com elevação de 0,50 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira (13), de 0,56% para o março/25, de 0,54% para o maio/25, de 0,44% para o julho/25 e de 0,11% para o setembro/25.
COMENTÁRIOS