EUA pedem para Zelensky 'baixar o tom' e assinar rapidamente acordo sobre minerais; ucraniano se diz aberto após reunião
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Em entrevista, o principal conselheiro de segurança de Donald Trump afirmou que as críticas da Ucrânia aos Estados Unidos são "inaceitáveis". Presidente ucraniano se encontrou com enviado especial de Washington nesta quinta (20). Mike Waltz em entrevista
Fox News / Reprodução
As críticas da Ucrânia aos Estados Unidos são "inaceitáveis", afirmou, nesta quinta-feira (20), o principal conselheiro de segurança de Donald Trump.
Em uma entrevista à emissora de TV americana Fox News, Mike Waltz aconselhou Kiev a "baixar o tom" e assinar rapidamente o acordo proposto pela Casa Branca sobre minerais raros, que descreveu como "a melhor garantia de segurança que eles poderiam almejar".
"Eles precisam baixar o tom e analisar a situação em profundidade", afirmou.
A proposta de acordo citada por Waltz daria aos Estados Unidos acesso a grandes quantidades de recursos naturais ucranianos como contrapartida pela ajuda americana enviada a Kiev para combater a Rússia. O conselheiro de Trump argumentou que a assinatura do tratado levaria os Estados Unidos a investiriam no país.
Zelensky rejeitou esse acordo no fim de semana, argumentando que ele não oferece garantias de segurança para seu país, três anos após o início do conflito.
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Nesta quinta, depois de se encontrar com Keith Kellogg, enviado de Donald Trump para o conflito na Ucrânia, em Kiev, Zelensky disse estar aberto à ideia e afirmou que a reunião entre eles foi produtiva.
"A Ucrânia está pronta para um acordo forte e eficaz de investimento e segurança com o Presidente dos Estados Unidos. Propusemos a maneira mais rápida e construtiva de alcançar resultados. Nossa equipe está pronta para trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana", escreveu ele no X.
Ao se encontrarem, segundo a agência de notícias Reuters, Zelensky e Kellogg apertaram as mãos e deram tapinhas nas costas um do outro. Zelenskiy sorriu e disse: "É bom ver você. Como vai? Obrigado por vir".
Recusa inicial de Zelensky gerou declarações polêmicas
Após o presidente ucraniano dizer, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19) que não pode "vender a Ucrânia" e que o presidente americano vive em uma bolha de "desinformação" russa, Trump o chamou de "ditador" e fez ameaças.
Na entrevista desta quinta, Waltz comentou a reação do republicano:
"Obviamente, há muita frustração".
O conselheiro também negou que a Ucrânia tenha sido excluída das negociações de Trump com a Rússia sobre o fim da guerra e insistiu que há "muito compromisso e diálogo" com Kiev e com os aliados europeus.
Quando perguntado se acreditava que a disputa era "reconciliável", Waltz respondeu:
"Acho que sim. (...) Dizer que vamos mudar a natureza da nossa ajuda no futuro não acho que deva ofender ninguém. Este é um plano de bom senso. Pode ser que eles não gostem, mas vamos impulsioná-lo e todo mundo vai parar de reclamar quando os combates terminarem. Vamos avançar a toda velocidade para pôr fim a essa guerra e então poderemos falar sobre relações geoestratégicas mais amplas".
O enviado especial dos EUA para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg, aperta a mão do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy
REUTERS/Thomas Peter
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