Mercado financeiro está mais tenso do que em outros tempos, diz Haddad
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"As pessoas estão mais com o "dedo no gatilho, esperando uma notícia para agir, se proteger ou especular, tudo dentro da regra do jogo", disse Haddad. Ele comparou a situação atual ao momento de incertezas vivido em dezembro de 2024, quando houve disparada do dólar e fuga de recursos.
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“Quando você vê uma turbulência na economia americana, com falta de previsibilidade sobre o que a maior economia do mundo vai fazer, as pessoas ficam mais tensas. E não é só no Brasil. A situação externa é mais desafiadora.”
Segundo o ministro, as agências de classificação de risco, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e os fundos de investimento têm uma visão diferente em relação à avaliação dos investidores locais. "Eles não têm a força que os investidores domésticos têm, então aguardam um pouco antes de investir”.
Haddad reforçou que a visão da equipe econômica no início do governo é a mesma atualmente e todas as medidas tomadas até o momento, mesmo que dependendo de outros setores, houve avanços consideráveis, mas isso nem sempre é levado em consideração. Ele disse ainda acreditar que a agenda fiscal não pode perder o fôlego.
“Com a mudança nas presidências do Congresso Nacional, nós precisamos verificar quem serão os relatores das matérias, os presidentes das comissões e a disposição dos líderes da oposição e da situação para endereçar temas importantes.”
O ministro discorreu ainda sobre a importância da reforma tributária aprovada pelo Legislativo, que entra em vigor a partir de 2027.
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“É a maior reforma tributária da história do Brasil, e sem aumento de carga."
Haddad afirmou ainda que não é bom para o país ficar negando as coisas e inventando um passado brilhante que não aconteceu.
“Quem tem um pouco a memória do que é a economia brasileira desde o Plano Real sabe que nós vivemos alguns momentos mais delicados. Vivemos uma transição, em 2002, em que a dívida líquida era muito parecida com a atual, em torno de 60% do PIB."
Segundo o ministro da Economia, o presidente Lula herdou uma Selic de 25%, uma inflação de 12% e uma dívida em dólar bastante apreciável e sem reservas cambiais. "E ninguém dizia que o Brasil iria quebrar”, disse.
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