'Já basta': Trump interrompe premiê britânico e causa climão em pergunta sobre incorporação do Canadá pelos EUA; VÍDEO
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Casa Branca nega que presidente tenha interrompido premiê e afirmou que Trump estava se dirigindo a jornalista. Canadá ainda faz parte de comunidade que tem o rei Charles III como autoridade. Premiê britânico é interrompido por Trump em pergunta sobre o Canadá; presidente se dirigia a repórter, diz Casa Branca
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interrompeu o premiê do Reino Unido, Keir Starmer, enquanto ele respondia a uma pergunta sobre uma possível incorporação do Canadá pelos norte-americanos.
A cena ocorreu nesta quinta-feira (27) durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, que disse que a fala do presidente foi direcionada a um repórter --não a Starmer (leia mais abaixo).
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Nos últimos meses, Trump sugeriu que os Estados Unidos anexassem o Canadá e o transformassem no "51º estado". O presidente afirmou que poderia usar a força econômica dos EUA para viabilizar isso.
Nesta quinta-feira, Starmer foi questionado sobre as declarações de Trump. Nesse contexto, está o fato de o Canadá ainda fazer parte da chamada "Commonwealth", uma organização composta por países com laços históricos com o Reino Unido, incluindo ex-colônias. Essa comunidade ainda tem o rei Charles III como chefe, embora de forma simbólica.
O premiê britânico tentou desviar da pergunta e sugeriu que o jornalista estivesse tentando criar uma diferença entre ele e Trump. Antes, Starmer já havia afirmado que trabalhava de forma diferente de Trump, em referência ao fato de ser de um partido de centro-esquerda.
"Eu acho que você está tentando encontrar uma divergência entre nós que não existe. Somos as nações mais próximas e tivemos ótimas discussões hoje, mas não falamos sobre o Canadá", afirmou.
Em seguida, Trump interrompeu o primeiro-ministro e afirmou: "Já basta, obrigado". A Casa Branca negou que o presidente teve a intenção de cortar a fala de Starmer e afirmou que o republicano estava se dirigindo ao repórter.
Stamer ficou visivelmente constrangido ao ser interrompido e olhou para a plateia.
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O premiê britânico, Keir Starmer, e o presidente dos EUA, Donald Trump, durante coletiva de imprensa na Casa Branca, em 27 de fevereiro de 2025
REUTERS/Kevin Lamarque
Crise com o Canadá
No início de janeiro, antes mesmo de reassumir a Casa Branca, Trump sugeriu que o país vizinho fosse incorporado aos EUA, tornando-se o 51º estado norte-americano, e que poderia usar "pressão econômica" para isso.
À época, a fala foi duramente rejeitada pelo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Ele disse que "nunca, jamais" o Canadá fará parte dos EUA, e que seria mais fácil "uma bola de neve não derreter no inferno".
Em fevereiro, em uma rede social, Trump voltou a defender a ideia, afirmando que os Estados Unidos pagam bilhões de dólares para subsidiar o Canadá.
"Sem esse subsídio massivo, o Canadá deixa de existir como um país viável. É duro, mas verdade! Portanto, o Canadá deveria se tornar nosso estimado 51º estado. Impostos muito mais baixos, e proteção militar muito melhor para o povo canadense", escreveu.
As falas de Trump causaram uma série de repercussões negativas no Canadá. Na mais recente, a cantora Chantal Kreviazuk mudou o hino canadense durante uma performance em um jogo da liga de hóquei.
Ao cantar o hino, Chantal alterou o trecho "True patriot love in all of us command" ("Amor patriótico verdadeiro que comanda a todos nós", em português), para "True patriot love that only us command" ("Amor patriótico verdadeiro que apenas nós comandamos").
A partida era a final do campeonato "4 Nations Face-Off", disputada entre EUA e Canadá. A seleção canadense derrotou a americana por 3 a 2 na prorrogação e festejou o título.
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