Países da União Europeia apoiam plano para rearmamento, diz porta-voz

Líderes do bloco realizaram reunião de cúpula em Bruxelas nesta quinta-feira (6) para discutir defesa no continente após governo dos EUA indicar aproximação com a Rússia. A chefe do Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, anuncia plano de 800 bi de euros da UE contra eventual saída dos EUA da Ucrânia, em 4 de março de 2025.
Yves Herman/ Reuters
Os países da União Europeia respaldaram, nesta quinta-feira (6), o plano lançado pela Comissão Europeia para financiar o rearmamento no bloco após o governo Trump uma aproximação com a Rússia, anunciou uma porta-voz da instituição.
O plano discutido em uma reunião de cúpula em Bruxelas inclui uma proposta para flexibilizar as rígidas normas fiscais da UE, que limitam os gastos públicos, permitindo que os países possam investir mais em defesa e segurança.
Na terça, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia anunciado um plano de 800 bilhões de euros (R$ 4,9 trlhões) para reforçar as defesas das nações da UE e diminuir o impacto da potencial retirada dos EUA da aliança de países que ajudam a Ucrânia.
Com o valor, a UE pretende também que a Ucrânia tenha força militar para negociar com a Rússia após o congelamento da ajuda dos EUA à nação.
Na reunião desta quinta, todos os líderes europeus com exceção de Viktor Orbán, da Hungria, aprovaram uma moção de apoio à Ucrânia, em guerra com Moscou desde 2022.
Com o fim do apoio do governo Trump à Ucrânia e a ameaça de enfraquecer a Otan, países europeus têm discutido uma reorganização de suas estratégias de defesa, amplamente dependentes das Forças Armadas dos EUA.
Na quarta-feira (5), o presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu colocar à disposição de seus aliados no continente o arsenal nuclear francês.
"A ameaça russa existe e afeta os países da Europa", disse Macron. Ele afirmou que Moscou continua a se rearmar e que, até 2030, "planeja aumentar ainda mais seu Exército, para ter mais 300 mil soldados, 3.000 tanques e mais 300 aviões de caça".
Desde a saída do Reino Unido da União Europeia, a França é o único país do bloco a deter ogivas nucleares.
Líderes europeus demonstram união em apoio à Ucrânia
Plano de rearmamento
Von der Leyen disse que a primeira tarefa é afrouxar as restrições fiscais que a UE impõe aos gastos orçamentários para “permitir que os estados-membros aumentem significativamente seus gastos com defesa sem acionar” regras punitivas destinadas a impedir que os déficits fiquem muito no vermelho.
“Portanto, se os estados-membros aumentassem seus gastos com defesa em 1,5% do PIB em média, isso poderia criar um espaço fiscal de quase 650 bilhões de euros (US$ 683 bilhões) em um período de quatro anos”, disse von der Leyen. Isso seria complementado por um programa de empréstimos de 150 bilhões de euros (US$ 157 bilhões) para permitir que os estados-membros invistam em defesa.
Ela disse que o equipamento militar que precisa ser melhorado inclui defesa aérea e de mísseis, sistemas de artilharia, mísseis e munição, drones e sistemas antidrone e preparação cibernética.
Tal plano forçará muitos estados-membros da UE a aumentar muito seus gastos militares, que ainda estão abaixo de 2% do produto interno bruto. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, disse aos estados-membros que eles precisam passar para mais de 3% o mais rápido possível.
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