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Sorriso,24/04/2025

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Vender ou 'segurar' a soja? Especialista aponta qual a melhor decisão neste momento


Vender ou 'segurar' a soja? Especialista aponta qual a melhor decisão neste momento

Diante das incertezas no cenário atual da soja, produtores da commodity enfrentam um dilema: vender agora ou aguardar um momento mais favorável no mercado? A resposta, no entanto, exige cautela e análise de diversos fatores, desde o custo de armazenagem até alternativas como o barter (troca de grãos por insumos).

Para o consultor Vlamir Brandalizze, engenheiro agrônomo formado pela UFPR e um dos maiores especialistas em mercados agrícolas do Brasil, o momento exige atenção redobrada. “Se o produtor estiver com o caixa em dia, pode ser vantajoso segurar a venda até setembro ou outubro, quando a demanda tende a aumentar. No entanto, é fundamental acompanhar de perto a movimentação dos insumos, que também podem se valorizar”, orienta o especialista, que também atua como analista de commodities e palestrante do setor agro.

Apesar da possibilidade de valorização da soja nos próximos meses, Brandalizze ressalta que não se espera uma alta expressiva. “A expectativa é de aumento entre R$ 4 e R$ 8 por saca no segundo semestre. Isso não é suficiente, por si só, para justificar o custo de armazenar o grão por muito tempo”, alerta.

China, EUA e os reflexos no mercado da soja

Outro fator decisivo no comportamento do mercado é a atuação da China, principal compradora da soja brasileira. Segundo Brandalizze, os negócios com os chineses têm fluido bem desde o início do ano, sustentando prêmios positivos.

No entanto, ele faz um alerta: um eventual acordo comercial entre China e Estados Unidos pode mudar esse panorama. “Se houver um acordo, os chineses podem ser obrigados a comprar mais soja americana, reduzindo a demanda pela brasileira e pressionando os preços”, explica. Isso tornaria o cenário mais competitivo e exigiria rápida adaptação por parte dos produtores brasileiros.

Vale a pena armazenar a soja?

O custo de carregamento é outro ponto apontado. Em um contexto de juros elevados, a armazenagem pode pesar no bolso do produtor. “Hoje, a taxa real de juros pode ultrapassar os 20% ao ano. Somando o custo de armazenagem, esse valor pode chegar a 30%. Para quem segura o grão por seis meses, o custo chega a 15%. Ou seja, a soja teria que se valorizar 15% nesse período só para empatar o custo”, explica o consultor.

Diante disso, Brandalizze considera que, para a maioria dos produtores, não vale a pena manter estoques por longos períodos. A alternativa mais viável tem sido o barter — troca da produção por insumos da próxima safra. “Essa estratégia pode garantir uma rentabilidade melhor do que simplesmente segurar a soja esperando por uma alta que pode não compensar”, afirma.

Vai faltar soja até o final do ano?

Circulam boatos sobre uma possível escassez de soja no mercado até o fim de 2025, mas Brandalizze minimiza a preocupação. “Temos uma supersafra estimada em cerca de 170 milhões de toneladas. Desses, aproximadamente 100 milhões já foram negociados. Ainda restam 70 milhões disponíveis. Não vejo risco de desabastecimento”, assegura.

Segundo ele, apenas uma reviravolta nas relações comerciais entre China e Estados Unidos com a China evitando compras nos EUA e mantendo foco total no Brasil, poderia apertar a oferta. “Mas isso, neste momento, parece improvável”, completa.

Conclusão: vender ou segurar?

A decisão de vender agora ou esperar depende da situação financeira de cada produtor. Para quem tem caixa e pode esperar, o segundo semestre tende a ser mais comprador. Porém, o ganho pode ser limitado, e o custo de armazenagem pesa. Para muitos, a melhor alternativa está na negociação estratégica via barter, que pode trazer segurança e rentabilidade para a próxima safra.

Canal Rural





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