'Ele deu entrevista lá e pode ser intimado sim', diz governador sobre ex-presidente

O governador de Mato Grosso Mauro Mendes (União) minimizou as reclamações dos bolsonaristas por conta da intimação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Justiça Federal, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Brasília, onde se recupera uma cirurgia. Para ele, não houve nenhum problema ou ilegalidade, tendo em vista que Bolsonaro chegou a dar entrevistas da UTI.
“Eu acho que a intimação ela pode ser feita. Ele deu entrevista lá, recebeu intimação, e não atrapalha o processo de recuperação”, disse Mauro Mendes nesta sexta-feira (25) durante inauguração da nova ponte que liga Cuiabá e Várzea Grande.
A declaração de Mendes é o oposto dos bolsonaristas de Mato Grosso, que alegam que a intimação foi autoritária por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). A intimação ocorreu por determinação da Corte Suprema, após Bolsonaro divulgar inúmeras visitas de políticos para tratar de temas partidários, além de ter dado entrevistas e realizado lives.
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), criticou a intimação, já que não se trataria apenas de uma assinatura. “Ele pode dar entrevista? Pode. Você pode dar entrevista? Pode. Você pode falar sobre o assunto? Pode. Agora, você assinar um processo judicial, não é só um processo judicial, isso mexe com a sua recuperação, com o seu sentimento, não é só um papel. Se fosse só um papel, ele podia assinar. Era uma intimação do ministro Alexandre de Moraes”, justificou.
Vários deputados também usaram as redes sociais para criticar, ao publicarem o boletim médico do dia seguinte a intimação, onde apontou que Bolsonaro teve uma elevação da pressão arterial e que precisaria ficar de repouso e sem receber visitas.
Jair Bolsonaro está internado desde o dia 13 de abril, após passar mal na região do Nordeste. Ele passou por uma nova cirurgia e segue sem previsão de alta.
Durante a recuperação, Bolsonaro fez lives, concedeu entrevistas e recebeu parlamentares do PL para discutir estratégia sobre a pressão para se colocar em pauta o projeto da Anistia aos presos e condenados por participarem dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
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